XXXIII Encontros Universitários da UFC
Do
dia 27 a 29 de novembro acontece os Encontros Universitários, um dos mais
importantes eventos de difusão científica do Estado. O evento deve reunir cerca
de 4.054 trabalhos dos programas de Iniciação Científica, Pesquisa e
Pós-Graduação, Iniciação à Docência, Docência no Ensino Superior, Extensão,
Experiências Estudantis, Monitoria de Projetos de Graduação e Aprendizagem
Cooperativa. Todos os estudantes que atuam, como bolsistas ou não, em projetos
e programas cadastrados na UFC devem participar. O evento acontece na Praça das
Mangueiras, no Campus do Pici da UFC, Fortaleza.
Integrantes
do Coletivo de Pesquisa In(ter)venções também apresentarão trabalhos no
Encontro. Jéssica Barbosa e Maria Fabíola apresentam o trabalho intitulado In(ter)venções Audio-visuais das Juventudes em
Fortaleza e Porto Alegre: O Processo de Criação do Blog da Pesquisa. A apresentação acontecerá dia
27 às 17h20 na sala: 12 no Didático do CC - Bloco: 951,
1º andar. Dentro da programação do VI Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
a também integrante do Coletivo de Pesquisa, Carla Galvão, apresentará o
trabalho Arte e política: a partilha do
sensível em ciclocor – Acidum. A apresentação será no formato de pôster e
acontecerá dia 29 à 8h – Painel PL.20.
Os dois trabalhos são orientados pela
pesquisadora Deisimer Gorczevski, que também coordena o Coletivo de
Pesquisa In(ter)venções Audiovisuais das Juventudes em Fortaleza e Porto
Alegre. Para
acessar a programação acadêmica completa basta acessar o site:
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Abaixo, os resumos completos dos dois trabalhos:
In(ter)venções Audio-visuais das Juventudes em Fortaleza e
Porto Alegre: O Processo de Criação do Blog da Pesquisa
Resumo:
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Na
perspectiva de observar e cartografar as in(ter)venções audio-visuais com
juventudes em Fortaleza e Porto Alegre, o estudo enfatiza a coletividade e a
socialização juvenil, em territórios de criação e resistência e a incidência
de tais intervenções na configuração de praticas micropolíticas. Interessou
problematizar as relações entre universidade, comunidade e as experiências
associativas e autônomas de e com jovens, espaços de convivência onde, muitas
vezes, encontram abertura para manifestações espontâneas de ideias, desejos,
angústias e questões, encontrando acolhimento e compartilhando
fazeres-saberes que mobilizam o pensamento critico, a produção e circulação
de expressões artísticas, políticas e comunicacionais. Da experiência, na
Pesquisa In(ter)venções, encontramos pistas teórico-metodológicas que
propiciam observar o que é vivido nos territórios das juventudes e
problematizar os modos como questões de método e procedimentos têm sido
enfrentados nas práticas de pesquisa, ensino e extensão. O exercício contou
com as contribuições da Pesquisa-Intervenção e da Cartografia, como métodos
intercessores na aproximação, acompanhamento e convivência com jovens
artistas e ativistas e o convite ao debate com educadores, pesquisadores e
colaboradores nas cidades onde a pesquisa acontece. Nesse percurso, propomos
dispositivos teórico-metodológicos de debate: Rodas de Conversas, Encontros
entre Pesquisas e apresentações em eventos; de produção, como Oficinas,
Entrevistas com jovens e educadores do Projeto Lente Jovem, Mutirões na
Associação de Moradores do Titanzinho; a formação do Coletivo Audiovisual do
Titanzinho e a preparação da II Mostra Audiovisual; Diários Visuais e
Audiovisuais e Edições de vídeos analisadores, e um processo coletivo e
interdisciplinar de construção de blogs/sites. Por fim, há os materiais: o
Fanzine "Titanzinho de Pertinho", artigos científicos, vídeos e o
próprio blog, cujo endereço éhttp://pesquisaintervencoes.blogspot.com.
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Arte
e política: a partilha do sensível em ciclocor – Acidum
Resumo:
O estudo trata da relação entre política e arte contemporânea
trazendo a intervenção artística CicloCor, realizada pelo coletivo Acidum, em
Fortaleza, para pensar se a arte pode provocar transformações na realidade. Ao
compor a pesquisa bibliográfica e documental e contando com análise audiovisual
e o acompanhamento de Rodas de Conversa emergem questões teórico-metodológicas.
A dimensão política do Cicloclor estaria na possibilidade de criar outras
subjetividades na contramão da reprodução de identidades instituídas, de papéis
preestabelecidos ou estaria na produção de conhecimentos que deslocariam o
espectador, no caso, os moradores que transitam nas ruas da cidade, da
ignorância e o levariam à ação? Para Rancière (2009) não é tanto pela forma
como a arte expressa mensagens de resistência que ela se torna política, mas,
principalmente, através da partilha do sensível que ela inventa, ou seja, do
modo como reconfigura espaços, tempos, atividades, participação de pessoas,
etc. que ela está no âmbito da política. No CicloCor coloriu-se o cinza do
asfalto em um passeio pela cidade em bicicletas com pneus traseiros equipados
com pincéis e tintas. Antes da intervenção, aconteceu uma oficina aberta ao
público. Os interessados em participar precisavam apenas levar sua bicicleta e
algumas garrafas vazias. O encontro iniciou no Passeio Público, centro da
cidade, com participantes de várias idades que escolhiam diferentes cores e, ao
final do dia, terminou com o asfalto repleto de linhas formando tramas
coloridas. A arte, assim como a política cria ficções. Rancière (2010) trata de
ficções não enquanto o ato de criar algo imaginário que se oponha à realidade,
mas como a criação de outros modos de olhar para o que está dado, através de
recortes que põem em relação aquilo que no mundo real não se relacionava, que
alteram a percepção do sensível e o modo como este produz afetos.
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